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Advento com o CianMira: Dia 4


QUAL A HISTÓRIA DO BOLO REI?

O bolo rei, doce que não pode faltar na mesa de Natal dos portugueses, tem perto de 2000 anos.
Não é difícil adivinhar a origem do seu nome. A história diz-nos que teriam sido os Reis Magos, Gaspar, Baltazar e Belchior a dar origem ao famoso bolo, simbolizando os presentes que os reis levaram ao Menino Jesus aquando o Seu nascimento. De acordo com a simbologia, a côdea simboliza o ouro, as frutas cristalizadas e secas representam a mirra e o aroma do bolo, o incenso. A sua forma circular com um buraco no meio lembra uma coroa repleta de pedras preciosas.

E a fava? A fava ou o brinde que se encontrava no bolo, hoje em desuso por questões de segurança alimentar, também possuem uma história. Segundo a lenda, quando os Reis Magos viram a estrela que anunciava o nascimento de Jesus, disputaram entre si qual dos três teria a honra de ser o primeiro a presentear o Menino. De forma a terminar a discussão, um padeiro confeccionou um bolo que escondia, no seu interior, uma fava. O primeiro que a apanhasse, seria o primeiro a brindar o Menino. No entanto, não se sabe qual dos três Reis foi o feliz contemplado.

Até há poucos anos, a tradição ditava que a quem saísse a fava teria de oferecer o Bolo Rei no ano seguinte. O brinde era colocado em forma de presente, tendo ido desde moedas de ouro escondidas na massa até ao pequeno brinde metálico de valor simbólico.

Ainda no mesmo tema, registos antigos demonstram que os romanos usavam as favas nos banquetes das Saturnais, durante os quais se procedia à eleição do rei da festa, ou Rei da Fava, porque era escolhido usando favas para tirar à sorte. Terá sido a Igreja Católica a relacionar este pequeno jogo do mês de Dezembro com a Natividade e a Epifania.

Antigamente, também havia a tradição de que os cristãos deveriam comer 12 bolos rei, entre o Natal e os Reis, festa celebrada na corte dos reis de França. E é deste país que surgem as primeiras evidências deste bolo, da corte de Luís XIV. Vários escritores mencionam-no e Greuze pintou-o num quadro com o nome Gâteau des Rois.

Curiosamente, após a Revolução Francesa, em 1789, o bolo rei foi proibido devido à conotação com a realeza. No entanto, os pasteleiros mudaram-lhe o nome para continuar a confeccioná-lo. Em Portugal, quase que aconteceu o mesmo.

Tanto quanto se sabe, a primeira casa onde se vendeu o Bolo Rei em Portugal foi em Lisboa, na Confeitaria Nacional, por volta do ano de 1870, feito pelo confeiteiro Gregório através de uma receita trazida de Paris por Baltazar Castanheiro Júnior.

No Porto, foi colocado à venda pela primeira vez na Confeitaria Cascais, em 1890, com a receita que o proprietário Francisco Júlio Cascais trouxera de Paris.

Assim, o bolo rei atravessou com êxito os reinados da rainha D. Maria II e dos reis D. Pedro, D. Luís, D. Carlos e D. Manuel II. Mas foi com a proclamação da República, a 5 de Outubro de 1910, que o bolo esteve quase a desaparecer do país... e tudo devido ao nome.

Tentaram mudar a sua designação para "ex bolo rei", ou "bolo de Natal", "bolo de Ano Novo" ou mesmo "Bolo Nacional" em homenagem à confeitaria que o introduziu em Portugal. Outro nome que, desta vez, os republicanos radicais tentaram que permanecesse foi "bolo Presidente" ou "bolo Arriaga".

Mas nada disto avançou, ficando, até aos dias de hoje, conhecido por Bolo Rei, este bolo tão afamado nas mesas de consoada dos portugueses.

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